O elfo é um ser fictício da mitologia e do folclore
nórdico. Os elfos nasceram de Ymir, originalmente, eram vermes, assim como os Anões.
Os elfos da luz, chamados de Álfar, viviam no céu, num lugar chamado Alfheim,
daí o nome Álfar=elfo. Os Alfar ou elfos da luz viviam em Alfheim, uma cidade
que ficava nos céus, acima das nuvens, situada próxima a Asgard, morada dos
deuses. Havia também os elfos escuros, os Dökkalfar viviam debaixo da terra, e
eram muito diferentes dos alfar.
“Os elfos da luz são
mais brilhantes que o sol, já os elfos das trevas são mais negros do que a
escuridão em si.”
Snorri Sturluson, Gylfaginning, 17, Edda
prosaica.
Snorri ainda cita que os anões são os elfos escuros e que
viviam em cavernas debaixo da terra.
Na Alemanha média, era comum pensar que todos os pesadelos eram
causados por elfos, a palavra alemã para pesadelo é: Alpdrücken, e significa:
pressão de elfo.
Nos contos dos Grimm ("Die
Wichtelmänner")
No conto: o
sapateiro e seus elfos, dois elfos ajudam um sapateiro pobre e sua mulher,
confeccionando sapatos para eles todas as noites. Só que os elfos não tinham
roupas e andavam nus. A mulher do sapateiro com pena dos pobrezinhos, faz então
roupinhas para eles, e numa certa noite deixam as roupas em cima da mesa de
trabalho e ficam espiando por de trás das cortinas da casa, e para surpresa
deles os elfos vestem as roupas e gritam de alegria e nunca mais voltam a
ajudar o pobre sapateiro que com a ajuda daqueles elfos já se encontava em situações
melhores.
CONTO: O Sapateiro
e os Seus Elfos
Era
uma vez um sapateiro, que era honesto e gentil e que trabalhava muito, mas
ainda assim ele não poderia ganhar o suficiente, e, finalmente, tudo o que
tinha no mundo tinha ido embora, salvo apenas por um único couro suficiente
para fazer um par de sapatos.
Então
certa noite ele cortou uma tira de couro e a preparou, tudo pronto para fazer
um sapato no outro dia, o que significa levantar cedo pela manhã para trabalhar.
Sua consciência estava limpa e seu coração leve entre todos os seus problemas,
então ele foi em paz para a cama, deixou todos os seus cuidados para o Céu, e
logo adormeceu. De manhã, depois que rezou, ele sentou-se na mesa de trabalho,
quando para sua grande surpresa, lá estavam os sapatos prontos, sobre a mesa.
O pobre
sapateiro não sabia o que dizer ou pensar e uma coisa muito estranha havia
ocorrido, mas ele não sabia o que era. Ele olhou para a obra, não
havia um ponto falso em todo o trabalho, tudo era tão puro e verdadeiro, que era
completamente uma obra-prima.
No
mesmo dia, um cliente entrou, e os sapatos lhe convinham tão bem que ele
voluntariamente pagou um preço maior do que o normal para eles, e o pobre
sapateiro, com o dinheiro, comprou couro suficiente para fazer mais dois pares.
À
noite, ele cortou o couro, mas muito cansado foi cedo para cama deitar, para
que pudesse se levantar e começar cedo no outro dia. No dia seguinte para sua
surpresa lá estavam, dois pares de sapatos perfeitos sem qualquer erro de
fabricação.
Logo
vieram dois compradores e compraram os dois sapatos, então o pobre homem
comprou mais couro para fazer mais quatro pares de sapatos.
Ele
cortou o trabalho novamente durante a noite e o encontrou feito pela manhã,
como antes, e assim continuou por algum tempo: o que era para ser feito, sempre
se encontrava pronto. O pobre homem logo teve mais dinheiro do que antes, as
coisas estavam bem.
Na
noite de Natal, como ele e sua esposa estavam sentados conversando sobre o fogo
juntos, ele disse a ela:
– Gostaria de saber essa noite, quem está nos ajudando!
A esposa gostou da idéia, e assim
eles deixaram as velas acesas, e se esconderam em um canto da sala, atrás de
uma cortina que estava pendurada e esperaram o que iria ocorrer.
Assim
à meia-noite, apareceram dois anõezinhos nus, e eles sentaram-se sobre a mesa
de trabalho e começaram a trabalhar, assumindo todo o trabalho. A noite passou,
até que os elfos sumiram, deixando os sapatos ali em cima da mesa.
A pobre
mulher disse ao sapateiro, perplexo:
– Estamos bem de vida por causa desses elfos, e devemos
agradecer a eles. Me deu pena ver eles correndo peladinhos, isto não é justo!
Eu vou fazer umas roupinhas para os pobrezinhos e você faz 2 pares de
sapatinhos, ouviu?
A
idéia agradou o sapateiro. Quando as roupas e os sapatos dos elfos estavam
prontos, eles colocaram as vestes, à noite, em cima da mesa de ofício, e então
se esconderam para ver o que iria acontecer.
À
meia-noite eles apareceram e já foram se sentar na mesa para trabalhar, como de
costume, mas quando viram as roupas em cima da mesa, deram risadas, vestiram rapidamente
as roupas e sumiram, sem nunca mais retornar.
O
sapateiro e sua mulher, embora não tivessem nunca mais ajuda dos elfos, já
estavam bem de vida e viveram felizes até o resto de suas vidas.
Fim
"Die
Wichtelmänner", Irmãos Grimm.