AVISO DE COOKIES: Este blog segue a politica de privacidade do Google. Caso não concorde com a política do Google, por favor, SAIA DO BLOG; pois assim seus dados não serão usados por cookies. Grato pela atenção.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Borametz, O Cordeiro Vegetal da Tartária



Desenho do Borametz 

Fonte da imagem: Wikipédia
 

O Cordeiro Vegetal da Tartária (chamado em latim de: Agnus Scythicus, Planta Tartarica Barometz e Polypodium Borametz) é um lendário zoófito da Ásia central que julgavam ter a forma de uma ovelha. Acreditava-se que essa planta tinha a forma de uma ovelha que era ligada a terra por um caule que dizia ser seu cordão umbilical, em volta dela todas as demais plantas morriam.


Para muitos especialistas esse mito foi inventado para explicar a existência do algodão, mas existe uma planta real chamada Barometz Cibotium, uma samambaia do gênero Cibotium. Era conhecido por vários nomes, como: Borometz, Barometz e Borametz. O cordeiro é produzido através da remoção das folhas de um pequeno pedaço do rizoma da samambaia lanosa. Quando o rizoma é mudado, fantasiosamente se assemelha a um cordeiro de lã com as pernas sendo formadas por bases do pecíolo cortado.

Forma

Henry Jones, em seu livro: O Cordeiro Vegetal da Tartária, a curiosa fábula do algodoeiro (Londres, 1887), diz que o Borametz é metade planta, metade animal; e que os antigos realmente acreditavam na sua existência. Essa planta era um cordeiro feito de carne e osso, assim como um cordeiro normal, que era suspenso no ar por um caule que se localizava em sua barriga. Outros diziam ser o caule o seu cordão umbilical, que uma vez cortado, matava o cordeiro, pois era, também, dessa espécie de ligação com a terra que dependia a vida da planta cordeiro. 
 
O cordeiro usava essa espécie de cordão para ir para baixo e para os lados para poder se alimentar de grama e outras plantas que ficavam em sua volta. Se não houvesse plantas em volta para o cordeiro se alimentar, o cordeiro morria. Seu sangue era doce como o mel e era, por isso, a comida preferida dos lobos. Da sua lã os tártaros faziam toucas e roupas para uso próprio.

Henry Lee concluiu que esse mito surgiu para explicar a origem do algodão, pois, de certo, os antigos acreditavam que assim como a lã saía de uma ovelha, deveria existir uma ovelha vegetal de onde se extraía o algodão.

Origem

Ao longo da história diversos historiadores, fantasiosos, relatam o tal “cordeiro vegetal”, assim fez Heródoto em 442 a.C.; Plínio, o Velho, em 77 d.C. e por aí vai.

A origem da lenda surgiu, provavelmente, no folclore judaico. Os judeus chamavam-no de Jeduah. O Jeduah era um cordeiro que nasceu da terra com uma ramificação ligada à barriga. Muitos iam atrás da dita criatura que só poderia ser morta a distância, pois era dito que o cordeiro usava seu cordão umbilical (seu caule ou raiz) para matar sufocada a pessoa que se aproximava demais. Por isso, o único jeito de matar a criatura era dando flechadas à distância. Depois de morto seus ossos poderiam ser usados em cerimônias de adivinhação e profecia, acreditavam que a criatura possuía poderes mágicos.

Outra variação da lenda fala do Faduah*, um ser humano que tem forma de animal e planta e que era ligado à terra por uma raiz ligada ao seu umbigo. Assim como o Jeduah; o Faduah, também, era agressivo e matava com sua raiz qualquer um tolo o suficiente que se aproximasse dele. O único jeito de matá-lo era, também, à distância dando flechadas em sua raiz, depois de cortada pelas flechas, o Faduah morria.




Buscas na história

Diversos historiadores o citaram e mais diversos ainda foram os que o procuraram. Aqui estão os nomes de alguns dos historiadores, que lançaram teorias a respeito da planta lendária; e de exploradores que foram atrás comprovar as teorias:

  •  Heródoto (484-425 a.C.)- menciona o borametz em 442 a.C., e também viajou para diversos lugares do mundo para descobrir seus mistérios; 
  • Sir John Mandeville- escreveu um livro falando sobre a tal planta: Maravilhas do Oriente. 1356;
  •  Theophrastus (306 a.C.);
  •  Plínio, o Velho (77 d.C.)- Plínio é o mais popular dos pseudohistoriadores, escreveu relatos tão fantásticos que era óbvio a sua falsidade;
  •  Barão von Herberstein- cita em: Notas sobre a Rússia (Commentarii Rerum Muscoviticarum). 1549;
  •  Danielovich o idoso;
  •  Jan de Stuys;
  •  Girolamo Cardono- em sua obra: De Rerum Narura, 1557, inclui uma passagem sobre a existência de plantas vivas;
  •  Claude Duret (1605)- dedicou um capítulo inteiro ao "Borametz da Cítia ou Tartária" em sua obra intitulada de: Histoire des Plantes admirável.
  •  John Parkinson- coloca o Borametz no início da sua obra: Paradisi na sola Paradisus Terrestris (1629).
  •  Engelbrecht Kaempfer- foi para a Pérsia em 1683 para procurar o cordeiro, mas não conseguiu encontrá-lo e informou que, em seus escritos:  Amoentitatum político physicomedicarum fascículos-Exoxticarum, 1712.
  •  John Bell- fez uma viagem diplomática à Pérsia em 1715-1722 e tentou obter informações autênticas sobre o cordeiro vegetal, mas falhou. Relatou em: Viagens de São Petersburgo, na Rússia para várias partes da Ásia, em 1716, 1719, 1722: Dedicado ao Governador, ao Tribunal de assistentes, e libertos da Companhia Rússia, Londres, 1764.
  •  Sir Hans Sloane- recebeu em 1698, uma suposta semente de um Borametz;
  •  Philip Breyn;
  •  o abade Chappe-Auteroche;
  •  Hohn e André Rymsdyck em seu trabalho, intitulado Museu Britannicum, 1778;
  •  Sir Thomas Browne Pseudodoxia; Epidemica. ed 6 1672.. III.xxviii. III.xxviii. pp. 206-209. pp 206-209.

Notas

* Faduah Também chamado de Yadu’a. Aparece, no século XII (12), numa citação do Talmude. O Yadu’a é igual a um ser humano adulto, só que é metade planta, pois assim como o borametz, tem um cordão umbilical (uma raiz) ligada ao umbigo, da qual nasce do solo. Ele arranca e destrói as outras plantas até onde alcança o seu cordão. O único jeito de matá-lo é lançando flechas no seu cordão, à uma longa distância, até arrebentá-lo, depois de cortado, o Yadu’a morre.

Fontes de pesquisa:
1. Wikipédia in english (www.wikipedia.com).
3. O Livro dos Seres Imaginários, Jorge Luis Borges, editora Companhia Das Letras, 2007, São Paulo, Brasil.