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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Floresta de Hercínia ou Selva de Hercínia ou Floresta Negra da Europa Antiga


Floresta de Hercínia, Selva de Hercínia, Floresta Negra da Europa Antiga, ou ainda Hercynia Silva (em latim) foi uma densa e antiga floresta que ocupava todo o território da Europa Central e se estendia até o rio Reno e ia até quase os Alpes Suíços. Hoje não existe mais e o que sobrou dela foi a Floresta Negra (Schwarzwald) no sul da Alemanha.
 
Do outro lado do Reno, perto da Selva de Hercínia, havia as florestas de Silva Carbonaria e a Floresta de Ardenas. Essas florestas eram temperadas e existiam desde muito tempo na Europa, passaram pelas Eras Glaciais (Eras do Gelo), mas não duraram muito, sendo aos poucos dizimadas e hoje poucas florestas e bosques representam essas antigas florestas, entre essas está a Floresta Negra (Schwarzwald) na Alemanha, Odenwald, Spessart Rhön, A Floresta da Turíngia (Thüringerwald) , Harz, Rauhe Alb, Steigerwald, Fichtelgebirge, Erzgebirge, Riesengebirge, A Floresta da Bôemia (Bohemian Forest), e a Floresta dos Cárpatos.


A floresta lar dos povos germânicos

A Alemanha antiga era toda ocupada pela floresta de Hercínia, assim os germânicos moravam nas clareiras dessa densa floresta. Esses povos davam grande importância à caça, e a agricultura ficava em segundo plano sempre. Sem falar da importância das árvores na vida desses povos, uma coisa que notamos entre celtas e germânicos é a importância da floresta e das árvores em suas vidas, a floresta lhes dava caça, frutos e lenha. O deus germânico Thor ou Donar tinha como símbolo o carvalho.


Anotações romanas

Os romanos e os gregos eram os únicos povos que deixaram relatos escritos sobre coisas e a história daquela época na Europa, uma vez que os povos germânicos e celtas eram analfabetos e bárbaros. 


O primeiro a descrevê-la foi Aristóteles que a chama de Arkýnia (ou Orkýnios). Durante o tempo de Júlio César essa floresta sempre foi algo a impedir a expansão do império romano. Em De Bello Gallico diz que a floresta se estende ao longo do Danúbio, a partir do território dos Helvécios (atual Suíça) até a Dácia (atual Romênia). 
Júlio César fala de unicórnios e outros seres mágicos que viviam na floresta. Aliás, a floresta causava espanto e fascinação dos romanos que a desconheciam por inteiro. Além disso, conta sobre viajantes que andaram por ela durante sessenta dias sem nunca achar seu fim e quando acharam se depararam com seres estranhos de outro mundo. Plínio, o Velho menciona carvalhos gigantes e aves que tinha penas que brilhavam à noite.


Floresta de Hercínia no folclore europeu

Possivelmente a origem do mito da floresta negra ou floresta mágica provém da observação ariana e de outros povos da Europa neolítica. Os arianos tiveram que atravessar a densa floresta de Hercínia, que cruzava na Europa Central. Mais tarde, celtas, romanos e germânicos, povos descendentes dos arianos (indo-europeus), chamavam na de diversos nomes, os romanos conheciam como floresta de Hercínia, os celtas e germânicos como floresta negra, como atestado nos Eddas de Snorri Sturloson que é chamada de Myrkviðr, essa floresta mágica chamada por vezes de floresta escura ou da “Floresta da Velha Madeira” aparece nos mitos de deuses nórdicos.

A crença de uma floresta mágica e sombria na Europa, cheia de duendes, elfos e outros seres mostra que o mito pode ser ariano (indo-europeu), quando os arianos adentraram na Europa que até então era desconhecida para eles que vinham das estepes entre a Rússia e a Ucrânia, mas provém também dos povos não arianos que viviam no centro e sul da Alemanha. A possibilidade de que seja um mito neolítico está no relato geológico e de vegetação, onde no neolítico e paleolítico uma densa floresta cobria a Europa Central.

Lendas como chapeuzinho vermelho e outros contos de fadas que falam de personagens que se perderam numa floresta mágica ou que viviam nega, como a bruxa russa Baba Yaga, são demonstrações de mitos antigos.
Contudo, segundo estudiosos, o primeiro relato de uma floresta mágica está no épico de Gilgamesh onde um gigante chamado Kumbaba (ou Humbaba) vivia numa floresta de cedros.


Floresta de Hercínia hoje

Hoje a floresta não existe mais e a única parte que sobrou dela é o que sobrou da Floresta Negra (Schwarzwald) na Alemanha. A Schwarzwald também foi grande durante a Idade Média era grande e tomada por florestas, contudo hoje sobrou pouca coisa em comparação a Idade Média. Outras florestas também representam a floresta de Hercínia como a Floresta da Turíngia (Thüringerwald) também na Alemanha.


Na literatura

Nos contos de fadas alemães as florestas mágicas e escuras eram tema freqüente. Em contos como João e Maria, Branca de Neve e Os Sete Anões entre outros aparecem as florestas como lar de criaturas misteriosas e mágicas, seja a bruxa em João e Maria, seja os sete anões em Branca de Neve. 
Na mitologia nórdica fala de Myrkviðr, a floresta escura e negra que até os deuses nórdicos tinham medo de cruzar.
J.R.R. Tolkien fala da floresta de Fangorn, que parece ser uma referência a floresta de hercínia.
 



Fontes de pesquisa: