Floresta de Hercínia, Selva de Hercínia, Floresta Negra da Europa Antiga, ou ainda Hercynia Silva (em latim) foi uma densa e antiga floresta que ocupava todo o território da Europa Central e se estendia até o rio Reno e ia até quase os Alpes Suíços. Hoje não existe mais e o que sobrou dela foi a Floresta Negra (Schwarzwald) no sul da Alemanha.
Do outro lado do Reno, perto da Selva
de Hercínia, havia as florestas de Silva Carbonaria e a Floresta de Ardenas. Essas
florestas eram temperadas e existiam desde muito tempo na Europa, passaram
pelas Eras Glaciais (Eras do Gelo), mas não duraram muito, sendo aos poucos
dizimadas e hoje poucas florestas e bosques representam essas antigas
florestas, entre essas está a Floresta Negra (Schwarzwald) na Alemanha, Odenwald, Spessart Rhön, A Floresta
da Turíngia (Thüringerwald) , Harz, Rauhe Alb, Steigerwald,
Fichtelgebirge,
Erzgebirge,
Riesengebirge,
A Floresta da Bôemia (Bohemian Forest), e a Floresta dos Cárpatos.
A floresta lar dos povos germânicos
A Alemanha antiga era toda ocupada pela
floresta de Hercínia, assim os germânicos moravam nas clareiras dessa densa
floresta. Esses povos davam grande importância à caça, e a agricultura ficava
em segundo plano sempre. Sem falar da importância das árvores na vida desses
povos, uma coisa que notamos entre celtas e germânicos é a importância da
floresta e das árvores em suas vidas, a floresta lhes dava caça, frutos e
lenha. O deus germânico Thor ou Donar tinha como símbolo o carvalho.
Anotações romanas
Os romanos e os gregos eram os únicos
povos que deixaram relatos escritos sobre coisas e a história daquela época na
Europa, uma vez que os povos germânicos e celtas eram analfabetos e
bárbaros.
O primeiro a descrevê-la foi
Aristóteles que a chama de Arkýnia (ou Orkýnios). Durante o tempo de Júlio
César essa floresta sempre foi algo a impedir a expansão do império romano. Em De Bello Gallico diz que a floresta se estende ao longo
do Danúbio, a partir do território
dos Helvécios (atual Suíça) até a Dácia
(atual Romênia).
Júlio César fala de
unicórnios e outros seres mágicos que viviam na floresta. Aliás, a floresta
causava espanto e fascinação dos romanos que a desconheciam por inteiro. Além
disso, conta sobre viajantes que andaram por ela durante sessenta dias sem
nunca achar seu fim e quando acharam se depararam com seres estranhos de outro
mundo. Plínio, o Velho menciona carvalhos gigantes e aves que tinha penas que
brilhavam à noite.
Floresta de Hercínia no folclore
europeu
Possivelmente a origem do mito da
floresta negra ou floresta mágica provém da observação ariana e de outros povos
da Europa neolítica. Os arianos tiveram que atravessar a densa floresta de
Hercínia, que cruzava na Europa Central. Mais tarde, celtas, romanos e
germânicos, povos descendentes dos arianos (indo-europeus), chamavam na de
diversos nomes, os romanos conheciam como floresta de Hercínia, os celtas e
germânicos como floresta negra, como atestado nos Eddas
de Snorri Sturloson que é chamada de Myrkviðr, essa floresta
mágica chamada por vezes de floresta escura ou da “Floresta da Velha Madeira”
aparece nos mitos de deuses nórdicos.
A crença de uma floresta
mágica e sombria na Europa, cheia de duendes, elfos e outros seres mostra que o
mito pode ser ariano (indo-europeu), quando os arianos adentraram na Europa que
até então era desconhecida para eles que vinham das estepes entre a Rússia e a
Ucrânia, mas provém também dos povos não arianos que viviam no centro e sul da
Alemanha. A possibilidade de que seja um mito neolítico está no relato
geológico e de vegetação, onde no neolítico e paleolítico uma densa floresta
cobria a Europa Central.
Lendas como chapeuzinho
vermelho e outros contos de fadas que falam de personagens que se perderam numa
floresta mágica ou que viviam nega, como a bruxa russa Baba Yaga, são
demonstrações de mitos antigos.
Contudo, segundo estudiosos, o primeiro
relato de uma floresta mágica está no épico de Gilgamesh onde um gigante
chamado Kumbaba (ou Humbaba) vivia numa floresta de cedros.
Floresta de Hercínia hoje
Hoje a floresta
não existe mais e a única parte que sobrou dela é o que sobrou da Floresta
Negra (Schwarzwald)
na Alemanha. A Schwarzwald também foi grande durante a Idade Média
era grande e tomada por florestas, contudo hoje sobrou pouca coisa em
comparação a Idade Média. Outras florestas também representam a floresta de
Hercínia como a Floresta da Turíngia (Thüringerwald) também na
Alemanha.
Na
literatura
Nos contos de fadas alemães as
florestas mágicas e escuras eram tema freqüente. Em contos como João e Maria, Branca
de Neve e Os Sete Anões entre outros aparecem as florestas como lar de
criaturas misteriosas e mágicas, seja a bruxa em João e Maria, seja os sete
anões em Branca de Neve.
Na
mitologia nórdica fala de Myrkviðr, a floresta escura e negra que até os deuses
nórdicos tinham medo de cruzar.
J.R.R.
Tolkien fala da floresta de Fangorn, que parece ser uma referência a floresta de
hercínia.
Fontes de pesquisa:
Wikipédia (http://en.wikipedia.org/wiki/Hercynian_Forest)