O Anjo da Morte pintura feita em 1890 por Evelyn De Morgan
Fonte da imagem: Wikimedia
O anjo da morte (Ceifeiro) é um personagem do folclore ocidental caracterizado por um
esqueleto que usa capa preta e uma foice nas mãos.
A
figura do anjo da morte, como sendo um ceifeiro, teve início quando a peste negra
assolou a Europa no século 14. Em gravuras e quadros desta época é comum ver
figuras retratando a morte em cima de um cavalo com uma foice nas mãos.
Logo depois foi adicionada a figura do ceifeiro, o
manto preto, provavelmente era o manto usado por muitos monges na época, eles
usavam esses mantos, pois faziam grandes procissões, velórios e enterravam muita
gente, por causa da peste.
O esqueleto representa a morte;
A capa preta, o luto;
E a foice, o objeto que a morte usa para tirar a
vida.
O anjo da
morte é um anjo enviado por deus para tirar a vida do homem. Com a foice ele
corta o cordão de prata, este é chamado por muitos de cordão da vida. Um bebe
só nasce se o anjo da vida nele colocar o cordão de prata (segundo
simbologistas, o cordão de prata surgiu a partir da visão do cordão umbilical).
Existem os anjos da vida, estes dão vida ao bebe dando lhes o cordão de prata;
já os anjos da morte cortam o cordão de prata tirando a vida da pessoa. Depois
que o anjo da morte corta esse cordão, o ser humano morre e sua alma sai pela
boca, aí eles levam as almas ao Limbo ou ao Tártaro.
No Judaísmo
e no Cristianismo, o nome do anjo da morte é Samael, esse é dito ser Lúcifer, o
anjo caído, pois deus dá a vida ao homem e o diabo a tira. O autor da Epístola aos Hebreus declara que Satanás "tem o poder da morte" (Hb 2:14). No
livro do Apocalipse, o profeta João, fala dos quatro cavaleiros do apocalipse,
o último deles era chamado de morte.
“E então vi um cavalo esverdeado,
e o seu cavaleiro era a morte, e o inferno o seguia de perto. A ele foi dado à
quarta parte da terra para que matasse pela conquista, pela guerra e pela fome.”
Apocalipse 6,8
Outra aparição de um anjo da morte no Apocalipse da bíblia cristã se
refere a um lindo anjo que tem uma coroa na cabeça e uma foice nas mãos, este é
ordenado a matar todos os seres humanos, assim como se faz numa colheita
(Ap:14,14-20).
Ainda no cristianismo o arcanjo Miguel
é visto como o Anjo bom da Morte (ao contrário de Samael,
o anjo mal da Morte), carregando as almas dos defuntos para o céu.
No judaísmo o anjo da morte não usa uma foice e sim
uma faca. E segundo os ensinamentos judeus há seis anjos da morte: Gabriel sobre reis, Kapziel mais
jovens, Mashbir sobre os animais, Mashhit sobre as crianças e
Hemah sobre o
homem e besta. No islamismo, Azrael é o arcanjo da
morte.
Aparência
É descrito, como um esqueleto que usa uma capa preta
com capuz e porta uma foice numa das mãos. Por ser um anjo às vezes é descrito
como tendo asas negras, pois o preto representa a morte. Em figuras da idade
das trevas era visto como um esqueleto com uma foice em cima de um cavalo, mais
tarde foi incorporado capa preta e capuz negro.
Divindades
da morte em outras mitologias
No folclore germânico a morte era um disfarce de Odin. O 'Grim' do inglês “grim reaper” (ceifeiro
sombrio) deriva Grimnir, um dos nomes de Odin.
Para os
Celtas ela é
Angeu ou Ankou para os bretões. Ela aparece como
um homem ou um esqueleto com uma túnica com capuz preto, às vezes carregando
uma foice, e monta numa biga em que ele recolhe os mortos.
Os antigos eslavos viam a
morte, como uma
mulher que usava roupas brancas e que usava uma vara verde na mão. O toque da
vara colocava o homem em sono eterno. Esta imagem sobreviveu bem na Idade Média, só sendo substituída no século 14, pela
imagem do esqueleto com uma foice nas mãos (o Ceifeiro).
A vida após a morte sempre serviu de consolo a
aqueles que tinham medo de morrer. Os egípcios acreditavam que embalsamando os
corpos, estes um dia voltariam à vida. Os gregos acreditavam nos campos elísios; os nórdicos sabendo que poderiam
morrer nas batalhas consolavam os guerreiros dizendo que os bons guerreiros
iriam para o Valhalla.
A igreja católica lucrou vendendo na idade média
lotes de terra no céu, e muitas pessoas acreditavam que comprando seu pedacinho
no céu, estariam longe de colocar os pés no inferno.
Hoje a maioria acredita que talvez não haja vida
após a morte, por isso é comum se ouvir: “Aproveita a vida, porque ela é
curta...”
A crença contemporânea de vida após a morte está
dividida: em espírita (adeptos do espiritismo) e céticos na crença da vida após
a morte, porém acreditando em um ser divino. Já a crença que existe um ceifeiro
como os europeus antigos acreditavam hoje só faz parte do imaginário das lendas
contemporâneas (chamadas de lendas urbanas) e da cultura popular em mídia em
geral (livros, filmes, etc...).