A internet nos dias de
hoje está cheia de fotos, vídeos de fantasmas, OVNIs, extraterrestres e
qualquer coisa que soa paranormal; contudo com tantos programas de edição de vídeo
e foto, as fotos e vídeos de fantasmas e seres sobrenaturais estão
desacreditados e parecem fazer alusão ao fenômeno Cottingley. Antes da era dos efeitos especiais, dos
programas de computadores ou por sabotagem em fotos, duas meninas foram as
pioneiras da trollagem e enganaram bonito o pessoal da Inglaterra e parte do
mundo.
Acima: uma das fotos de
fantasmas tida como verídica e inexplicável. Uma família decide passear numa
cidade italiana num dia frio como tantos outros. A filha loirinha com jaqueta
rosa com capuz, o pai que estava tirando a foto no momento e que não aparece, a
mãe e o irmão de azul que estava no carrinho, a mãe empurrando ele.
Contudo quando
revelam a foto, eles têm uma surpresa: uma mulher com um casaco peludo (aparentemente
chiquè) que não possuía pernas e com um chapéu horroroso aparece na foto! Para
a família era sem dúvida um fantasma, pois eles não se lembram de ninguém ter cruzado
perto no momento da foto, ainda mais usando um casaco preto e com um chapéu
horroroso!
Termo
O fenômeno Cottingley
é quando um vídeo, foto ou relato é mentira; tudo para chamar atenção,
fazer arruaça ou ganhar dinheiro. O termo faz referência à famosa série de fotografias feitas
por Frances Griffiths e Elsie Wright que fizeram a Inglaterra parar, e o
alvoroço ficou conhecido como as fadas de Cottingley.
História
A
jovem Elsie Wright com suas amiguinhas fadas!
Tudo
começou numa tarde de 1918 em Cottingley, uma zona rural da Inglaterra, em que Elsie
Wright que tinha 16 anos e Frances Griffiths que tinha 9 anos decidiram tirar
algumas fotos pelo jardim e entre as árvores e de repente apareceram nas fotos
fadas que pareciam brincar e se divertir com as meninas.
As
meninas então disseram aos pais sobre as fadas que apareceram para elas e que
apareciam nas fotos. As fotos foram reveladas e nelas apareciam as tais fadas. Os
pais de Elsie viram que se tratava de pirraça de crianças, até que a mãe
comentou com algumas vizinhas ignorantes, que acreditavam em velhas crenças, e
com o tempo a história das fadas fotografadas sofreu com o efeito bola de neve (quem conta um conto, aumenta um ponto!).
Até
que chegou aos ouvidos do famoso escritor Sir Arthur Conan Doyle
que era interessado em assuntos ocultistas e era espírita. Doyle levou os
filmes das fotos até especialistas e ninguém conseguiu achar alguma fraude nos
filmes. Doyle estava diante duma prova da existência de espíritos e seres
sobrenaturais e publicou um artigo, em Dezembro de 1919, na revista Strand chamado: “Fadas Fotografadas — Um Acontecimento que
Inaugura uma Nova Era”.
Muitos
céticos estavam suspeitos em relação às fotos, mas não conseguiram provar ou
fazer com que as pessoas acreditassem que aquilo não passava de brincadeira de
criança arteira! A maioria (pessoas ignorantes) estava fascinada com a
possibilidade da existência do “povo miúdo” da qual o folclore inglês e
irlandês tanto fala, um escapismo
é bem mais fascinante do que uma realidade crua e sem sal.
As
meninas cresceram, casaram e em 1983 elas confessaram que as fotografias não
passavam de uma fraude. Elas desenharam e pintaram fadas, depois recortaram e
usaram alfinetes para colocar as fadas nas folhagens e perto delas.
Elas
se surpreenderam como as pessoas não se deram conta de que aquilo era
brincadeira de criança arteira, elas desenharam fadas e copiaram a partir de um
livro chamado Princess Mary's Gift Book, publicado em 1914, um livro
bem popular entre crianças da época.
Não
contaram a verdade quando adultas, porque tinham medo de serem desprezadas,
assim como ocorreu com as irmãs Fox nos Estados Unidos que fingiram verem e falarem com espíritos
e que logo depois disseram que tudo era uma fraude, assim como o espiritismo. Quando
já velhas e aposentadas decidiram contar a verdade e explicar o porquê, e Elsie
ressaltou:
“Nossa... estava evidente
que aquelas fotos eram uma fraude, desde o penteado das fadas que estavam à
moda da época até as gravuras tiradas de livros infantis! As pessoas que
acreditaram no nosso relato, inclusive Sir Arthur Conan Doyle, queriam ser
enganadas, queriam acreditar que aquilo era real. Ora um homem tão brilhante
como Conan Doyle acreditar em duas meninas travessas e mentirosas. Quando
chegou ao ponto de ter um ilustre autor como Sir Arthur Conan Doyle analisando
e confirmando a veracidade das fotos, nós não tínhamos mais como não deixar de
mentir. Tivemos medo da reação das pessoas e deixamos como estava, continuamos
mentindo e querendo que as pessoas se esquecessem das fotos. Mas que estava
óbvio que era uma fraude, estava!”
Frances teria hesitado e não confirmou a fraude
totalmente, talvez por medo da reação das pessoas, mas Elsie confirmou o que
está evidente: que as fotos não mostravam fadas de verdade!