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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Festas pagãs cristianizadas



Desenho da deusa Eostre representando a festa Ostara por Johannes Gehrts (1884).


Se você acha que o natal, a páscoa e outras datas são cristãs, tu estás completamente enganado! Todas elas têm fundo europeu antigo, baseado nas festas que marcam o fim e o início das estações, dos ciclos do ano e baseadas no Sol e na Lua! 


O cristianismo era repudiado pelos romanos, até que o imperador Constantino decidiu aceitar o cristianismo a fim de controlar a plebe, os pobres eram geralmente cristãos e queriam acreditar que teriam uma vida melhor após a morte. Constantino em sua genialidade determinou e com mais alguns membros do governo criaram o Concílio de Nicéia. Lá ficaria definido o que entraria na Bíblia cristã e as regras de como controlar a plebe.


Tudo isso aconteceu numa época em que os povos bárbaros se multiplicavam na Ásia e Europa do Norte. O Império Romano estava enfrentando a pior das crises. Essa crise passou, e a Igreja Católica Romana surgiu, quando o Império Romano do Ocidente caiu pela mão dos povos bárbaros, somente o Império Romano do Oriente resistiu e a Igreja Católica Romana conseguiu não só resistir a invasão dos bárbaros, como conseguiu converter eles ao cristianismo. 


A religião adotada por Constantino para controlar os pobres burros funcionaria nos bárbaros analfabetos e grotescos que não vinham muita diferença entre o cristianismo e suas religiões. Uma vez que Deus era a representação do Deus Pai dos arianos (pra quem não sabe todos os europeus têm uma origem em comum, todos descendem ou tiveram influência dos arianos), A Virgem Maria a representação da Deusa Mãe ariana e Jesus a figura do deus Balder dos nórdicos e como símbolo de renascimento.


O cristianismo trazia uma novidade: toda a pessoa boa e benevolente se tornaria um deus, ao qual se chamou de santo. Os deuses pagãos foram cristianizados como a santa Brígida na Irlanda que não passa da deusa Brigid. Os sacrifícios foram proibidos, embora que os padres tenham queimado mulheres a fim de ser uma espécie de sacrifício.





Natal (A Festa do Solstício de Inverno)


Para os nórdicos-germânicos era chamado de Yule, para os romanos de Saturnália (festa em honra a Saturno).


O natal é a festa do Solstício de Inverno para os europeus. Os antigos europeus adoravam a natureza e festa era realizada entre o dia 22 de dezembro ou às vezes começava no dia 20 de Dezembro e se estendia até o dia 1º de Janeiro. Era celebrada possivelmente para espantar o frio e o uso de fogueiras ou de cerimônias especiais eram realizadas.





Páscoa (Ostara, a Festa em Comemoração à Primavera)



O que vem depois do inverno frio e gelado?


A primavera!!! Os antigos europeus celebravam a primavera em honra à deusa Eostre (A deusa Aurora dos germânicos, equivale a Aurora dos romanos e a Eos dos gregos), como já dito os europeus tinham deuses em comum e festas em comum. Eostre representa o renascer da vida, a aurora, a volta do sol e das plantas na primavera. Fogueiras eram feitas, donzelas de branco dançavam em volta delas e todos deveriam celebrar a alegria e a primavera.

A primavera foi associada à época em que os passarinhos tinham mais filhotes, daí a origem do ovo de páscoa. Ovos eram pegos de ninhos de passarinho e até de galinhas e decorados. Lebres eram símbolos da primavera também saindo de suas tocas e sendo caçadas por diversão pelos povos do norte. As lebres eram caçadas ou para serem comidas ou domesticadas.

Já ouviu essa cantiga?


Coelhinho da páscoa, o que trazes pra mim? Um ovo? Dois ovos? Três ovos? Assim?


Olha a versão original:


Coelho da primavera, o que trazes pra mim? Ovos? Boa colheita e vida boa assim?


A festa de primavera era um culto a bonança que a primavera tinha. Os coelhos por se reproduzirem rapidamente são símbolo da fertilidade e da multiplicação. Essa tradição foi preservada nos povos nórdicos-germânicos e mais tarde chegou ao mundo, assim como os contos de fadas dos Grimm que relembram os contos dos antigos europeus.




Noite de São Walpurgis


Existem ainda A Noite de Walpurgis (Walpurgisnacht) comemorada no dia 30 de Abril ou 1º de Maio marcando a primavera.




Festa de São João (Festa do Solstício de Verão)


Post relacionados: Festa de São João, Maria Sangrenta.


Festa comemorada com grande fogueira no dia 22 de junho, também se estendia entre 20 de junho à 30 junho. Era a celebração do verão! A festa de São João é cheia de simpatias e adivinhações, a maioria sobre moças que tentam rituais antigos de adivinhação para saber com quem irão casar. Como olhar num espelho à meia-noite à véspera da Noite de São João. No espelho aparecerá com quem a moça irá se casar, contudo se aparecer um cemitério ela estará destinada a morrer. Simpatias que usam bacias com água e poços... entre centenas.



Dia de Todos Os Santos e Finados (Halloween, Dia das Bruxas)



É a festa dos irlandeses e dos antigos celtas que comemoravam o fim do verão e o início do inverno. Era feita para espantar os maus espíritos e o frio do inverno, que trazia energias ruins e maus espíritos. A festa se resumia em criar fogueiras, se fantasiar, enfeitar nabos e criar enfeites e colocar em árvores para espantar as energias negativas e os maus espíritos. 

Os celtas acreditavam que os espíritos dos mortos saíam antes do alvorecer do inverno e voltavam para perturbar os vivos. Para que os espíritos dos ancestrais não atormentassem os vivos e para que não causassem doenças e desgraças, eram criadas essas festas a fim de espantar os mortos e espíritos ruins.


Tradições de festas, com comida e danças feitas para espantar maus espíritos são praticados em diversas nações do mundo, O Japão é um exemplo notável de rituais e festas xintoístas com fundo de espantar espíritos, desgraças e trazer boas energias e tranquilidade.


A igreja católica preferiu colocar o dia de todos os santos no dia 1 de Novembro e no dia 2 o dia de finados, dedicado ao culto aos mortos, em se ascender velas e prezar culto aos ancestrais. Isso tudo provém da prática celta de culto aos ancestrais, a vela representa a fogueira, a oração uma oração mais antiga que pedia saúde e dizia:


“Espíritos dos meus ancestrais se afastem de nós, espíritos dos meus ancestrais saiam da minha vida, saim daqui...”


Os romanos comemoravam a Lemurália que era realizada toda a primavera.


"Durante a Lemurália, os romanos que possuíam uma casa levantavam-se no meio da noite e caminhavam em torno da sala, deixando atrás de si uma trilha de feijões pretos. "Com esses feijões", entoavam os homens com toda seriedade, "pago o resgate para mim e para minha família." Contornavam a sala, deixavam a trilha de feijões e repetiam essa frase nove vezes, para garantir que os espíritos dos mortos tivessem bastante tempo para recolher suas oferendas. Em seguida o dono da casa fazia soar um pesado címbalo de bronze e gritava: "Espíritos de meus ancestrais, vão embora!" Depois disso acreditava-se que todos os fantasmas inquietos iriam embora tranqüilamente, até o ano seguinte."


Trecho do livro: O Manual do Bruxo, Allan Zola Kronzek e Elizabeth Kronzek, Pág.: 134 (recomendo esse livro pra quem gosta de ler sobre bruxaria).

O halloween nos estados unidos é diferente do da Irlanda, porque quando os irlandeses migraram para os EUA não havia nabos lá, e sua tradição deveria ser mantida, mas havia aboboras em abundância, os irlandeses fizeram a substituição.





Carnaval



Festa da carne! Eis o nome em latim pra essa expressão carnivale, ou segundo alguns “adeus à carne.”


Contudo era uma festa greco-romana onde se comemorava o prazer de comer e beber. Havia festas a fantasia, o Carnaval de Veneza é um exemplo disso. Havia também festas envolvendo sexo, chamadas de bacanais, em honra ao deus Baco (Dionísio grego, o deus dos prazeres).


A igreja católica cristianizou a festa e proibiu inclusive o luxuoso carnaval de Veneza nos séculos 15 e 16. Contudo a tradição se manteve firme e forte e os italianos hoje resgatam sua história e todos os anos o carnaval de Veneza é um espetáculo à parte. Um show de máscaras e trajes luxuosos.