George A. Romero o cara que reinventou o folclore a cerca dos zumbis.
Fonte da imagem: http://filmow.com/george-a-romero-a36203/
Na natureza a ideia de originalidade não existe! Então porque
existiria no mundo humano? Tolice achar que o ser humano é capaz de criar! O ser
humano é capaz de copiar, adaptar, modificar e aperfeiçoar, mas não de criar. Tudo
em si provém de algo que antes havia existido. Em biologia sabemos que todos os
seres desse planeta provieram de uma única bactéria, que embora ainda seja mais
uma teoria faz sentido, e a partir daí a vida se adaptou, mutou (mutação, mutar
do latim MUTARE significa mudar, mutação= mudança). Charles Darwin no livro A
Origem das Espécies explicou bem isso sobre a evolução.
Mas o cara mais foda a falar sobre evolução foi Antoine de
Lavoisier que numa frase fechou:
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma.”
Lavoisier era químico, e quem melhor que um químico para
entender de mudanças e recriações.
Assim como na natureza, na cultura popular não existe “o
original”, seja em livros, revistas, filmes e em jogos de videogame não existe “o
original!” O que existe é uma ideia
adaptada para que não dê a impressão de que você já viu aquilo em algum
lugar ou por ser uma ideia adaptada, quem a adaptou a recriou, daí vem a
palavra recriar, que significa criar novamente, contudo de forma diferente do
modelo original.
Para se obter sucesso em uma obra literária ou audiovisual é necessário um mix (mistura de coisas):
1ª Uma ideia base
– geralmente vem do folclore, ex.: a princesa raptada por uma bruxa, o jovem
que luta com um monstro e por aí vai... Não
existe história que não exista no folclore!
2ª A adaptação dessa
ideia – e aí que o termo recriação surge: você pega a ideia que consta no
folclore e a adapta ao seu modo. Mas não são todos que conseguem adaptar a ideia base, muitos acabam esbarrando
no plágio ou numa cópia mal feita de uma obra já adaptada. É eis que entra a 3ª
parte.
3ª A adaptação bem
posicionada com lances lógicos – é aí que surgem as grandes obras, o autor
acrescenta diálogos lógicos, uma história dentro de uma história, uma história não contada antes ou pouco conhecida tendo como fundo a ideia
base, uma trama, uma
articulação...
Enfim uma obra “original”, ou seja, bem recriada é uma obra
que contém um conjunto de uma ideia base,
ideias dentro do contexto, uma trama
dentro da ideia base e dentro das
ideias do contexto.
Ou seja: um
emaranhado diferente, mas no fundo nada original! O QUE É ORIGINAL É O
EMARANHADO, A TRAMA JUNTO COM A HISTÓRIA BASE.
É difícil entender para quem nunca observou mais
detalhadamente, mas enfim abaixo tu verás uma lista de obras que não passam
nada mais do que adaptações e recriações de obras já existentes.
Senhor dos Anéis
= Saga dos Volsungos, A Canção dos
Nibelungos, O Anel dos Nibelungos, história da Europa antiga e Segunda
Guerra Mundial.
Harry Potter = Senhor dos Anéis, Star Wars e A Wizard of
Earthsea.
Jurassic Park =
Ilha do Dr. Moreau de HG Wells e Mundo Perdido de Arthur Conan Doyle.
A Múmia (filme 1999)
= A lenda da maldição da múmia de Tutankamon e Lot Number 249 (Lote número 249) de Arthur Conan Doyle.
Independence Day (filme
1996) = Guerra dos Mundos de HG Wells.
Planeta dos Macacos =
Simbad O Marujo (conto d’As Mil e Uma Noites).
As Viagens de
Gulliver = Simbad O Marujo (conto d’As Mil e Uma Noites).
Resident Evil (jogo) =
Super Mario Bros e The Dulce Book.
Avatar =
Pocahontas, Apocalipto (filme de Mel Gibson) e Universo Noon.
Piratas do Caribe
= Histórias folclóricas de piratas, A Ilha do Tesouro de Robert
Louis Stevenson e a A Ilha da Garganta Cortada.
Star Wars = O Planeta Proibido, Flash
Gordon, Star Trek e 2001 – Uma Odisséia no Espaço.
Indiana Jones = As Minas do Rei
Salomão.
As Minas do Rei
Salomão = A Ilha do Tesouro.
Todos os super-heróis dos grupos DC Comics e Marvel, por exemplo, são
baseados nos semi-deuses e heróis gregos.
Batman= Perseu
Superman= Hércules
Homem-aranha= Cadmo
X-men= Deuses
Olimpianos
Os inimigos dos
X-men= Titãs
Um exemplo incrível de adaptação é o filme A Lenda do Cavaleiro Sem-Cabeça de Tim
Burton, que é baseado no conto de
Washington Irving. O filme pega a ideia base da figura do cavaleiro sem-cabeça
de Irving e adiciona uma trama nova, onde envolve vingança, mentiras e uma
pitada de mistério. O conto de Irving é sem graça e nem pode ser compara ao excelente
filme feito em 1999 tendo como protagonistas Johnny Depp e Christina Ricci.
Entre as mais sensacionais adaptações de todos está A Noite
dos Mortos Vivos de George A. Romero que modificou a imagem de zumbis no
folclore popular, George A. Romero transforma seus zumbis em canibais e que só
podem ser mortos com um tiro na cabeça, além disso, a pessoa se torna zumbi se
for mordida por um um.
Kirby Ferguson criou a série Everything Is a Remix (Tudo É Um Remix) que mostra o óbvio de que
nada na cultura popular é criado, mas sim reciclado ou compilado. Kirby Ferguson
mostra as obviedades e inclusive plágios descarados na cultura cinematográfica.
Algumas das obviedades são homenagens, outras são puro plágio!
Abaixo o documentário
Everything Is a Remix legendado e completo: