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sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Chapolin Colorado e Hellboy: duas obras primas ignoradas



Chapolin Colorado e Hellboy: os heróis vermelhos!

Fonte das imagens:
Hellboy – Cena do filme HellBoy 2: O Exército Dourado (Universal Pictures)

Super Men, Homem-Aranha e todos os enlatados norte-americanos fazem sucesso por quê? Simples: são bonitos, são sexys, tem roupas legais, tem super-poderes, suas histórias são cheias de clichês, são de classe média baixa ou alta e não são socialistas! 

Pronto! A humanidade me lembra um episódio de South Park.



Chapolin Colorado: o herói que todos deveríamos lembrar

Ele não é bonito, não é sexy, não tem uma roupa legal, seus super-poderes falham e é todo atrapalhado; mas a intensão de Roberto Gomez Bolaños de querer fazer o público rir e refletir é sensacional.

Chapolin é o oposto dos semi-deuses greco-romanos, que os norte-americanos recriaram com novos nomes, ele é uma legitima besta e é aí que está a genialidade: Roberto não só o coloca em situações engraçadas, mas nos faz ver que fracassar (errar é humano) é normal. 

Não devemos ser super otimistas e esperar o melhor, mas nem nos frustrar por nossas incapacidades e é aí que Chapolin se fode ao se esborrachar no chão achando que não era tão alto quanto pensava. Quem não riu com essa cena?



Critica em Chapolin

Em Chaves, Bolaños mostra a desigualdade social e o personagem Chaves um menino pobre e morto de fome se vê à mercê de tantas crianças que tem tudo que ele não tem: pais e amor. Chaves é órfão e pobre e Bolaños mostra a podridão do governo numa série de humor!

Já em Chapolin é mais acentuado, ele mostra aí a desigualdade cultural e uma critica voraz aos Estados Unidos: o super herói Super Sam!

Super Sam com seu bordão “time is money” se difere de Chapolin não só na frase de chegada (“siga-me os bons” e Chapolin caiu da mesa!), mas na nacionalidade: Super Sam é norte-americano e anda sempre com seu saquinho de dinheiro e não larga de jeito nenhum.

 O herói Super Sam


Bolaños não era esquedopata (um socialista louco), mas se mostra preocupado com o poder do capitalismo no mundo e como ele lida com a desigualdade. Super Sam é um velho fudido que não abre mão do seu saquinho de dinheiro.

Mais do que a imagem física frustrada, Bolaños revela Super Sam como alguém que pode ser visto de dentro pra fora: um pobre de espírito ou velho de alma (daí lembro da música: “se você é jovem ainda, jovem ainda, amanhã velho será, velho será, a menos que o coração, que o coração sustente, a juventude que nunca morrerá”).

Alguns interpretam que Super Sam tem a sua imagem de velho, porque representa o conservador e o ignorante que parece que vive no século passado e de magro, por causa do problema da fome ocasionada às vezes pelo capitalismo (ele lembra também Ebenezer Scrooge o personagem de A Christmas Carol de Charles Dickens)

Chapolin já é o humano que comete mais erros do que acertos e isso me lembra do filme Little Miss Sunshine (obra prima do cinema e que concedeu o Óscar de melhor roteiro à Michael Arndt).



Hellboy: outro herói vermelho!

Será que Hellboy é socialista? Ele gosta duns charutos cubanos! Kkkkk
A criação de Mike Mignola não pode passar despercebida. 

Hellboy é genial: mostra que aparência não é tudo; que não importa o que você foi, mas as escolhas que você faz dali em diante. Há uma mensagem muito bonita nos dois filmes de Hellboy, já os quadrinhos deixam a desejar em parte, mas na questão arte e cultura Mignola é show.



O mundo é feito de aparências e super-poderes

Batman não tem poderes, mas tem dinheiro para criá-los. O Homem-Aranha não é rico, mas é bonito, sexy e tem uma bela roupa. O Super Man é mais fodão: é alienígena; super poderoso; não é rico, mas por opção; super inteligente; gostosão e tem um topete que vou te dizer...

Já Hellboy é o mais fodido, por ser o socialista da parada. Ele é imune ao fogo e a destruição, tem super força e usa sua arma legal; mas é feio pra caralho e ninguém gosta dele, porque acha que ele está do lado do inimigo.

É filho de Satanás (o anjo caído) e chamado de Anung Un Rama, ele é da realeza que pode trazer o fim à esse mundo; mas opta por ajudar os humanos tendo como retribuição comida, charutos e acessórios legais.



O terceiro filme de Hellboy não vai sair! Como assim, porra?

Hellboy tem uma imagem péssima para um mundo cristão, belo e capitalista então não lucra tanto. Os lucros do segundo filme não passaram a casa dos cem milhões o que fez a distribuidora (a porra da Universal Pica Pictures) recuar. Para um filme ter continuação ele tem que ter um lucro gigantesco, sim, gigantesco!

Não bastasse arrecadar o que foi gasto no filme (sem contar a locação e venda de DVDs, venda para canais por assinatura e na internet e venda dos direitos à emissoras de TVs), o estúdio quer ter um lucro gigantesco e tem que ser em milhões, pois como diz Super Sam: “time is money”!

Guilermo Del Toro, que é mais genial escrevendo do que dirigindo, disse que queria um último e terceiro filme pra fechar a trilogia; mas ainda espera na sombra.


A culpa são dos espisódios zuados pra cacete!

Alguns dizem que a culpa do pouco sucesso de Chapolin e Hellboy é que seus episódios (Chapolin na TV e Hellboy nas HQs) possuem aventuras cansativas, clichês e nada excitantes.

Mas as mesmas pessoas que dizem isso assistem Os Simpsons, Super Man e Homem Aranha. Ah, vão se fuder!



Socialistas não ganham porra nenhuma

Tanto em Chapolin quanto em Hellboy vemos o arquétipo do socialista: que luta contra a desigualdade, se mostra feio, não muito esperto, abre mão de dúzias de coisas para ajudar as pessoas e ainda é ignorado.

Talvez seja só a cor dos dois heróis que se seja socialista (o vermelho!), mas o triste nessa história é ver que não há espaço para o diferente no mundo americano.

E como dizia Rammstein novamente: “We're all living in America, America is wunderbar”!