Allan
Kardec com uma venda nos olhos e sobre tom vermelho atribuído ao
erro. A religião e a ciência são verdades absolutas e portanto
cegam o verdadeiro espiritualista. Imagem criada a partir da imagem
de capa d’O Livro dos Espíritos (FEB, 2006).
Como
eu me arrependo de não ter me espiritualizado antes.
Como
empecilhos encontrei minha resistência a crença em espíritos,
reforçada pela visão doutrinária, errônea e romanesca que o
espiritismo possui.
É
um fato que só depois de ver, ouvir e sentir os espíritos é que
comecei a pensar: “e se…?”
Busca
por respostas
Meu
despertar começou aos 28 anos de idade, em meio a uma vida cercada
de conflitos psicológicos, patológicos, sociais e econômicos.
Antes dos 28 anos de idade eu achava que espíritos eram uma criação
humana, e que tinham origem no medo da morte, no apego e no
sentimentalismo pelos mortos e no romantismo barato feito para
enganar os trouxas.
O
espiritismo não me ajudava a levar a sério a crença nos espíritos,
porque eu via Chico Xavier e o espiritismo como mais uma religião,
onde só havia lunáticos e pessoas apegadas aos mortos.
Depois
de mais um sonho lúcido com um espírito me aplicando um passe,
resolvi buscar respostas. Havia procurado a umbanda primeiro, mas por
não ser uma comunidade unida e nenhum pouco voltada aos estudos como
os espíritas, resolvi ir num centro espírita.
Feito
o atendimento fraterno, a recomendação foi estudar os livros de
Allan Kardec, criador da “doutrina”. O Livro dos Espíritos e O
Livro dos Médiuns realmente me ajudaram a entender o que eram os
espíritos. Mas a literatura espírita, além de ultrapassada e
fraca, dava margem a ignorância e ao romantismo – duas pragas para
a espiritualidade.
A
verdadeira face do espiritismo
O
meu preconceito em relação ao espiritismo era justificado: o
espiritismo era, de fato, a doutrina dos tolos; dos fracos e dos
românticos. E acompanhando as palestras e a retórica espírita me
surpreendi com a quantidade de absurdos e baboseiras que os espíritas
acreditavam e pregavam!
Foi
em 1910 que Luiz de Mattos fundou o Espiritualismo Cientifico, hoje
chamado de Racionalismo Cristão, e em 1994 Waldo Vieira fundou a
Conscienciologia. Esses dois movimentos espiritualistas eram
dissidentes do espiritismo, assim como seus fundadores, e críticos
dos ensinamentos cristãos dos espíritas, porém ambos traziam um
pouco da contaminação espírita. Não é incomum encontrar nesses
dois movimentos pessoas que acreditam em espíritos superiores, que
oram para espíritos, que desconhecem o espiritual e onde a
ignorância impera – atributos bem espíritas.
A
luz astral
Graças
a internet, encontrei médiuns que não pertenciam a nenhuma
religião. Conheci a literatura teosófica e o famoso C.W. Leadbeater
e me lembro que antes de comprar os livros dele, sonhei com os
espíritos me contando que Leadbeater nem médium era e que não
sabia de nada, e comprovei isso quando li os livros: O Plano Mental e
Os Chakras. Eu tinha achado o livro O Plano Astral de Leadbeater o
mais incrível livro sobre habitantes do plano astral, até descobrir
que parte do conteúdo do livro estava mais pra literatura fantástica
do que realidade astral.
Foram
os médiuns de diferentes filosofias que encontrei na internet, os
responsáveis por me ajudarem a encontrar “a luz”, se é que isso
é possível nesse mundo de trevas!
Enfim,
ainda estou buscando as respostas e descobri que parte delas não
estão nos livros, mas dentro de nós. Com a meditação (ensinamento
de religiões pagãs da antiga Índia) é possível obter parte
dessas respostas, e para conseguir meditar você precisa ter uma
coisa que concordo com o espírito Emmanuel do espiritismo:
disciplina, disciplina e disciplina.
Soluções
e problemas espíritas
O
espiritismo não é de todo mau, os livros com preço de custo, a
ajuda mediúnica e as palestras, ambas, gratuitas; além dos
trabalhos comunitários (caridade) que os espíritas realizam são de
causar espanto num país onde as igrejas vivem pedindo dinheiro aos
seus fiéis.
Porém
diante dos livros e das palestras espíritas encontramos
desinformação e uma visão superficial das coisas. A caridade é
admitir que sempre deve haver alguém miserável, ao invés de se
lutar contra a miséria humana. A gratuidade de nada vale quando se
trata de algo superficial e a comunicação com espíritos é um erro
total.
Contudo
se você é espírita e “se isso te faz bem, então que mal tem?”
Afinal os espíritos de viciados também pensam dessa maneira.