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quarta-feira, 25 de março de 2020

O desserviço do espiritismo contra a verdadeira espiritualidade

Allan Kardec com uma venda nos olhos e sobre tom vermelho atribuído ao erro. A religião e a ciência são verdades absolutas e portanto cegam o verdadeiro espiritualista. Imagem criada a partir da imagem de capa d’O Livro dos Espíritos (FEB, 2006).


Como eu me arrependo de não ter me espiritualizado antes.

Como empecilhos encontrei minha resistência a crença em espíritos, reforçada pela visão doutrinária, errônea e romanesca que o espiritismo possui.

É um fato que só depois de ver, ouvir e sentir os espíritos é que comecei a pensar: “e se…?”


Busca por respostas

Meu despertar começou aos 28 anos de idade, em meio a uma vida cercada de conflitos psicológicos, patológicos, sociais e econômicos. Antes dos 28 anos de idade eu achava que espíritos eram uma criação humana, e que tinham origem no medo da morte, no apego e no sentimentalismo pelos mortos e no romantismo barato feito para enganar os trouxas.

O espiritismo não me ajudava a levar a sério a crença nos espíritos, porque eu via Chico Xavier e o espiritismo como mais uma religião, onde só havia lunáticos e pessoas apegadas aos mortos.

Depois de mais um sonho lúcido com um espírito me aplicando um passe, resolvi buscar respostas. Havia procurado a umbanda primeiro, mas por não ser uma comunidade unida e nenhum pouco voltada aos estudos como os espíritas, resolvi ir num centro espírita.

Feito o atendimento fraterno, a recomendação foi estudar os livros de Allan Kardec, criador da “doutrina”. O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns realmente me ajudaram a entender o que eram os espíritos. Mas a literatura espírita, além de ultrapassada e fraca, dava margem a ignorância e ao romantismo – duas pragas para a espiritualidade.


A verdadeira face do espiritismo

O meu preconceito em relação ao espiritismo era justificado: o espiritismo era, de fato, a doutrina dos tolos; dos fracos e dos românticos. E acompanhando as palestras e a retórica espírita me surpreendi com a quantidade de absurdos e baboseiras que os espíritas acreditavam e pregavam!

Foi em 1910 que Luiz de Mattos fundou o Espiritualismo Cientifico, hoje chamado de Racionalismo Cristão, e em 1994 Waldo Vieira fundou a Conscienciologia. Esses dois movimentos espiritualistas eram dissidentes do espiritismo, assim como seus fundadores, e críticos dos ensinamentos cristãos dos espíritas, porém ambos traziam um pouco da contaminação espírita. Não é incomum encontrar nesses dois movimentos pessoas que acreditam em espíritos superiores, que oram para espíritos, que desconhecem o espiritual e onde a ignorância impera – atributos bem espíritas.


A luz astral

Graças a internet, encontrei médiuns que não pertenciam a nenhuma religião. Conheci a literatura teosófica e o famoso C.W. Leadbeater e me lembro que antes de comprar os livros dele, sonhei com os espíritos me contando que Leadbeater nem médium era e que não sabia de nada, e comprovei isso quando li os livros: O Plano Mental e Os Chakras. Eu tinha achado o livro O Plano Astral de Leadbeater o mais incrível livro sobre habitantes do plano astral, até descobrir que parte do conteúdo do livro estava mais pra literatura fantástica do que realidade astral.

Foram os médiuns de diferentes filosofias que encontrei na internet, os responsáveis por me ajudarem a encontrar “a luz”, se é que isso é possível nesse mundo de trevas!

Enfim, ainda estou buscando as respostas e descobri que parte delas não estão nos livros, mas dentro de nós. Com a meditação (ensinamento de religiões pagãs da antiga Índia) é possível obter parte dessas respostas, e para conseguir meditar você precisa ter uma coisa que concordo com o espírito Emmanuel do espiritismo: disciplina, disciplina e disciplina.


Soluções e problemas espíritas

O espiritismo não é de todo mau, os livros com preço de custo, a ajuda mediúnica e as palestras, ambas, gratuitas; além dos trabalhos comunitários (caridade) que os espíritas realizam são de causar espanto num país onde as igrejas vivem pedindo dinheiro aos seus fiéis.

Porém diante dos livros e das palestras espíritas encontramos desinformação e uma visão superficial das coisas. A caridade é admitir que sempre deve haver alguém miserável, ao invés de se lutar contra a miséria humana. A gratuidade de nada vale quando se trata de algo superficial e a comunicação com espíritos é um erro total.

Contudo se você é espírita e “se isso te faz bem, então que mal tem?” Afinal os espíritos de viciados também pensam dessa maneira.