Chapolin Colorado e Hellboy: os heróis vermelhos!
Fonte
das imagens:
Hellboy
– Cena do filme HellBoy 2: O Exército Dourado (Universal Pictures)
Super Men, Homem-Aranha e todos os enlatados
norte-americanos fazem sucesso por quê? Simples: são bonitos, são sexys, tem roupas legais, tem
super-poderes, suas histórias são cheias de clichês, são de classe média baixa
ou alta e não são socialistas!
Pronto! A humanidade me lembra um episódio de South Park.
Chapolin
Colorado: o herói que todos deveríamos lembrar
Ele não é bonito, não é sexy, não tem uma roupa
legal, seus super-poderes falham e é todo atrapalhado; mas a intensão de
Roberto Gomez Bolaños de querer fazer o público rir e refletir é sensacional.
Chapolin é o oposto dos semi-deuses greco-romanos,
que os norte-americanos recriaram com novos nomes, ele é uma legitima besta e é
aí que está a genialidade: Roberto não só o coloca em situações engraçadas, mas
nos faz ver que fracassar (errar é humano) é normal.
Não devemos ser super
otimistas e esperar o melhor, mas nem nos frustrar por nossas incapacidades e é aí que Chapolin se fode ao se
esborrachar no chão achando que não era tão alto quanto pensava. Quem não
riu com essa cena?
Critica
em Chapolin
Em Chaves, Bolaños mostra a desigualdade social e o
personagem Chaves um menino pobre e morto de fome se vê à mercê de tantas
crianças que tem tudo que ele não tem: pais e amor. Chaves é órfão e pobre e
Bolaños mostra a podridão do governo numa série de humor!
Já em Chapolin é mais acentuado, ele mostra aí a
desigualdade cultural e uma critica voraz aos Estados Unidos: o super herói
Super Sam!
Super Sam com seu bordão “time is money” se difere
de Chapolin não só na frase de chegada (“siga-me
os bons” e Chapolin caiu da mesa!), mas na nacionalidade: Super Sam é
norte-americano e anda sempre com seu saquinho de dinheiro e não larga de jeito
nenhum.
O
herói Super Sam
Bolaños não era esquedopata (um socialista louco),
mas se mostra preocupado com o poder do capitalismo no mundo e como ele lida
com a desigualdade. Super Sam é um velho fudido que não abre mão do seu
saquinho de dinheiro.
Mais do que a imagem física frustrada, Bolaños
revela Super Sam como alguém que pode ser visto de dentro pra fora: um pobre de
espírito ou velho de alma (daí lembro da música:
“se você é jovem ainda, jovem ainda, amanhã velho será, velho será, a menos que
o coração, que o coração sustente, a juventude que nunca morrerá”).
Alguns interpretam que Super Sam tem a sua imagem de
velho, porque representa o conservador e o ignorante que parece que vive no
século passado e de magro, por causa do problema da fome ocasionada às vezes
pelo capitalismo (ele lembra também Ebenezer Scrooge o personagem de A Christmas Carol de Charles Dickens)
Chapolin já é o humano que comete mais erros do que
acertos e isso me lembra do filme Little Miss Sunshine
(obra prima do cinema e que concedeu o Óscar de melhor roteiro à Michael Arndt).
Hellboy:
outro herói vermelho!
Será que Hellboy é socialista? Ele gosta duns
charutos cubanos! Kkkkk
A criação de Mike Mignola não pode passar
despercebida.
Hellboy é genial: mostra que aparência não é tudo;
que não importa o que você foi, mas as escolhas que você faz dali em diante. Há
uma mensagem muito bonita nos dois filmes de Hellboy, já os quadrinhos deixam a
desejar em parte, mas na questão arte e cultura Mignola é show.
O
mundo é feito de aparências e super-poderes
Batman não tem poderes, mas tem dinheiro para
criá-los. O Homem-Aranha não é rico, mas é bonito, sexy e tem uma bela roupa. O
Super Man é mais fodão: é alienígena; super poderoso; não é rico, mas por
opção; super inteligente; gostosão e tem um topete que vou te dizer...
Já Hellboy é o mais fodido, por ser o socialista da
parada. Ele é imune ao fogo e a destruição, tem super força e usa sua arma
legal; mas é feio pra caralho e ninguém gosta dele, porque acha que ele está do
lado do inimigo.
É filho de Satanás (o anjo caído) e chamado de Anung
Un Rama, ele é da realeza que pode trazer o fim à esse mundo; mas opta por
ajudar os humanos tendo como retribuição comida, charutos e acessórios legais.
O
terceiro filme de Hellboy não vai sair! Como assim, porra?
Hellboy tem uma imagem péssima para um mundo
cristão, belo e capitalista então não lucra tanto. Os lucros do segundo filme
não passaram a casa dos cem milhões o que fez a distribuidora (a porra da
Universal Pica Pictures) recuar. Para um filme ter continuação ele tem
que ter um lucro gigantesco, sim, gigantesco!
Não bastasse arrecadar o que foi gasto no filme (sem
contar a locação e venda de DVDs, venda para canais por assinatura e na
internet e venda dos direitos à emissoras de TVs), o estúdio quer ter um lucro
gigantesco e tem que ser em milhões, pois como diz Super Sam: “time is money”!
Guilermo Del Toro, que é mais genial escrevendo do
que dirigindo, disse que queria um último e terceiro filme pra fechar a
trilogia; mas ainda espera na sombra.
A
culpa são dos espisódios zuados pra cacete!
Alguns dizem que a culpa do pouco sucesso de
Chapolin e Hellboy é que seus episódios (Chapolin na TV e Hellboy nas HQs) possuem
aventuras cansativas, clichês e nada excitantes.
Mas as mesmas pessoas que dizem isso assistem Os
Simpsons, Super Man e Homem Aranha. Ah, vão se fuder!
Socialistas
não ganham porra nenhuma
Tanto em Chapolin quanto em Hellboy vemos o
arquétipo do socialista: que luta contra a desigualdade, se mostra feio, não
muito esperto, abre mão de dúzias de coisas para ajudar as pessoas e ainda é
ignorado.
Talvez seja só a cor dos dois heróis que se seja
socialista (o vermelho!), mas o triste nessa história é ver que não há espaço
para o diferente no mundo americano.
E como dizia Rammstein novamente: “We're all living in America, America is wunderbar”!