Holografia-imposta é quando o médium passa a enxergar um espírito puro ou sutil conforme seus desejos, conceitos e convicções sem a necessidade do espírito holografar ou plasmar. Holografia é uma imagem em 3 dimensões, e que não é física e também não é real, portanto é uma ilusão (maya). Assim holografia imposta é uma ilusão criada por uma mente cheia de conceitos e que é imposta ao outro como sendo a mais pura realidade.
Observei em diferentes médiuns esse fenômeno. O primeiro, nascido em periferia e bastante ignorante, tendo reprimido a mediunidade a maior parte da vida através da egrégora abraâmica, relatava que os anjos pareciam com ele – pareciam “caras da quebrada”. O segundo relatou ter visto Waldo Vieira em projeção astral, já desencarnado, com a aparência popular que ele geralmente é lembrado: um velho de cabelos e barba branca, roupas e chapéu branco. Apavorado, Waldo Vieira o questionou se ele realmente estava o enxergando dessa forma. Ficou evidenciado que realmente o segundo médium não só esteve com Waldo Vieira como despertou a curiosidade do próprio Waldo sobre esse fenômeno.
O terceiro caso é bastante típico: médiuns bastante nordicistas (que acham a raça nórdica bela e superior) enxergam espíritos sutis como loiros, lindos e dos olhos azuis. Dois médiuns famosos que se deixaram levar por isso são Udo Oscar Luckner que conta no livro “Mistérios do Roncador” dos loiros lindos que habitam a serra do roncador no estado do Mato Grosso. O segundo e mais famoso foi George Adamski que dizia que Vênus era habitado por humanos de aparência nórdica (brancos, loiros, altos e dos olhos azuis). Médiuns cristãos também relatam enxergar os anjos com aparência de loiros lindos. Nós sabemos que os anjos são espíritos puros, sendo esferas mentais energéticas similares as estrelas, não possuindo maya koshas (envoltórios ilusórios em torno do espírito que Allan Kardec chamou de perispírito).
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O fenômeno explicado
O fenômeno ocorre quando o espírito do médium mentaliza e idealiza o que deseja enxergar. Ou seja: o médium enxerga aquilo que deseja enxergar e não aquilo que é. Na psicologia é: “a mente vê o que deseja ver”. O espírito observado não precisa nem sequer criar uma holografia própria, chamada pelos escoceses de glamour (um truque usado pelos espíritos da natureza, chamado por lá de povo das fadas, para projetar uma aparência bem diferente em relação a sua), ou se plasmar (criar um perispírito próprio).
Esse fenômeno expressa que o médium está tão cego pela ilusão da forma e dos conceitos que não consegue enxergar como as coisas são. Psicologicamente revela que o médium tem conceitos e preconceitos demais, além de uma ignorância absurda. Pode estar também atrelado a uma ideia tirana ou draconiana: “eu quero que o outro seja o que eu quero”. Não há dúvidas que ele habita e habitará o baixo astral após o desencarne.
Também está ligado ao fenômeno do animismo que os espíritas muito explicam. Para os espíritas animismo é quando certos fenômenos espirituais provém da mente e da energia do próprio médium, assim o médium passa contar o que ele pensa e acredita – ao invés do que vem da mente dos espíritos. O termo animismo espírita é bastante equivocado, pois animismo na antropologia se refere a “crença indígena de que todas as coisas possuem espírito” ou “tudo é habitado por alma”. Essa crença dos índios está corretíssima e é defendida pela filosofia vedanta.
Como enxergar as coisas como são?
Simples: se livrando dos conceitos, preconceitos, desejos, sentimentos e idealizações. As coisas são o que são, da mesma maneira que Javé explicou para Moisés na montanha: “eu sou o que sou”, evidenciando de que ele era um espírito puro e estava acima de qualquer forma, conceito ou atributos.
Na vedanta, estudamos sobre os maya koshas (envoltórios ilusórios espirituais) que nada mais são do que formas-pensamento que o espírito alimenta por se identificar com determina forma e conceito, a chamada auto imagem residual. Assim um espírito que viveu na Índia ao desencarnar terá a aparência e a forma de um indiano. Um espírito que foi um padre em vida ao desencarnar continua com a aparência e os conceitos do padre que foi.
Ao eliminarmos os maya koshas nos tornamos espíritos puros, e os maya koshas só podem ser eliminados se pararmos de alimentá-los. Ou seja: entendemos que acima de qualquer coisa, nós e os outros somos apenas espíritos puros e que nos perdemos quando alimentamos ilusões (maya) acerca de nós e dos outros. Na maioria dos seres espirituais a ilusão é maior do que o próprio ser isso resulta no sofrimento. Devemos lembrar que apenas estamos e não que somos. Na realidade somos espíritos puros que alimentamos ilusões. Ao parar de alimentar as ilusões, passamos a compreender tudo que existe verdadeiramente (satya – a verdade), assim como estar em paz absoluta (nirvana, om) conosco e com o universo.
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