As semelhanças entre Sarah Kerrigan de Starcraft e
Sylvanas Windrunner de World of Craft vão além do nome que há nas duas
franquias (craft), pois ambas foram possuídas por uma força maligna e
suas respectivas franquias pertencem a desenvolvedora Blizzard
Entertainment, Inc. que torna possível uma possível adaptação sem ser taxada de
plágio.
[Reprodução dos trailers via YouTube.]
[Reprodução dos trailers via YouTube.]
Que a franquia de jogos, de RPG, World of Craft é uma cópia fraca em termos de história da trilogia de J.R.R. Tolkien, sem dúvida, não dá pra discordar; contudo agora o jogo World of Craft - The Battle for Azaroth passou um pouco dos limites em termos de “inspiração”.
Um problema hollywoodiano: efeitos especiais e direção incrível, mas história pobre
Eu não sou um
expert em jogos de videogame e computador e realmente fujo desse mundo dos
jogos por acreditar que eles deixam o ser humano como um zumbi; mas tenho que
concordar que os gráficos de muitos jogos, inclusive World of Craft são incríveis!
Esse problema de
se ter uma boa produção e uma história ruim é muito vista em filmes de Hollywood,
não é uma exclusividade dos jogos virtuais. King Kong de Peter Jackson é o
exemplo mais notável de um filme com excelente direção e efeitos visuais, mas
péssimo se tratando de história e respectivo desenvolvimento e adaptação. O fato
é que King Kong de Jackson foi um remake e não passou disso, mas mostra a
fraqueza de Hollywood em desenvolver uma história interessante. Outro desastre foi
John Carter da Disney, onde a produção e os efeitos especiais estavam de
parabéns; contudo a narrativa continuava ruim.
A história nada original do jogo
As semelhanças
com os livros de Tolkien fica mais evidente no trailer lançado pela Blizzard
onde nos deparamos com orcs batalhando com a Aliança (união composta por
homens, elfos, anões e outros seres mágicos) e se aprofunda na introdução da
vilã Sylvanas Windrunner que sem sombra de dúvida é uma cópia da vilã Sarah
Kerrigan de Starcraft e que como ambos os jogos pertencem a Blizzard, então,
não sei se dá pra se chamar de plágio ou de uma adaptação usual. Em Starcraft: Sarah
Kerrigan é uma humana que lutava contra extraterrestres inimigos e por fim
acaba possuída pelos mesmos a fim de batalhar contra os humanos; em World of
Craft: Sylvanas Windrunner é uma elfa que antes lutava contra o inimigo e acaba
sendo controlada por este sendo usada do mesmo jeito que Kerrigan, como fantoche
de guerra. Ambas podem ter sido inspiradas
na figura do zumbi do folclore haitiano, onde um mago negro através da prática
do vodu controla um humano e faz dele seu escravo.
No livro O
Hobbit temos a batalha dos cinco exércitos que mais tarde seria a introdução ao
mundo de Tolkien e da Terra-Média (a midgard dos nórdicos). Em World of Craft
temos uma breve introdução também do que foi a batalha de elfos e homens e que
mais tarde se formou a Aliança que existe no mundo de Azeroth.
Se Tolkien
fala de uma Terra-Média, onde é um continente parecido com o europeu; em World
of Craft nos deparamos com um planeta chamado Azaroth. Uma sacada bem bacana
dos criadores da história possivelmente influenciados por autores defensores da
teoria dos deuses astronautas.
A cousa se
agrava quando a vilã Sylvanas Windrunner surge e esta parece ser uma versão
adaptada também de Saruman, embora ao que me parece esse, nos livros, optou por
descrença nos homens em se unir a Sauron, no filme Constantine vemos isso com o
anjo Gabriel.
Por fim há a
figura do Lich (figura folclórica de um mago das trevas que usa magia negra
para continuar vivendo e para dominar os outros. Parece muito com o mago negro
do vodu haitiano também) que criou proporções na literatura a partir dos
trabalhos de Robert E. Howard como Skull Face (1929) e Scarlet Tears [fonte: Wikipédia: Lich], portanto pré
Tolkien. Porém fica óbvio que há um quê de Sauron no Lich King de World of
Craft.
Será que um jogo precisa de uma história muito boa?
Como já dito World
of Craft é um jogo cujo os gráficos são inquestionáveis e a jogabilidade fica
por conta dos gamers de plantão. A análise aqui feita é só sobre a história e
não sobre os efeitos visuais e sobre o modo de jogar.
Se World of
Craft tem uma história mal cozida, o mesmo não acontece com a franquia Dead
Space, por exemplo. A reflexão sobre a interpretação humana do universo é
incrivel. Esse jogo que tem por influencia os trabalhos de H.P. Lovecraft traz
uma narrativa onde há uma reflexão sobre a ufologia poder se tornar uma
religião tão devastadora quanto as religiões atuais. O jogo faz uma análise do
contraditório na mente humana e do desespero do homem diante de um universo
vazio e desconhecido.
Em jogos
virtuais a história não é tão importante quanto a jogabilidade, Mario Bros. que
não nos deixa mentir; a história clichê de salvar a princesa do dragão não
conseguiu desviar o sucesso gráfico e a jogabilidade do mesmo. Resident Evil 4
com Leon salvando a filha do presidente e se envolvendo em loucuras as vezes
fora de lógica possível também não desviaram o sucesso do jogo. Plants Vs
Zombies com seus zumbis com superpoderes impossíveis também não destruiram a
fama de um jogo divertido e meio alucinógeno.
O deplorável mesmo é quando se
trata de algo que depende unicamente da história para manter o público em
interesse como livros, HQs e filmes, que já não é o caso de um jogo virtual; o
visual e a jogabilidade ditam as regras e por de trás temos uma história básica
como num joguinho bem famoso dos experts: o xadrez.
John Carter foi uma decepção para a Walt Disney
por depender apenas de uma história ruim para prender o público. O mesmo não
acontece com os jogos de videogame. [Reprodução via Youtube]