Diferente do conto de Lovecraft, a Antártida não tem montanhas tão
altas como o autor relata. Na imagem vemos grandes bloco de gelo. O continente tem sim montanhas altas, mas nada que se compare as já conhecidas.
Os grandes autores e diretores da ficção cientifica sempre
citam Howard Phillips Lovecraft como sendo o autor que os inspirou. Agora que
li Nas Montanhas da Loucura, realmente vi que filmes como A Coisa (1982),
Alien: O Oitavo Passageiro (1979) e até mesmo o jogo Dead Space não passam de
migalhas comparados ao universo inteiro que Lovecraft a vida inteira trabalhou,
tendo a fama de amador e sendo rejeitado pelo grande público em vida.
ESSE POST CONTÉM SPOILER!
Narrativa cansativa e
poética
O problema das narrativas de Lovecraft é que são sempre em
1ª pessoa, daí a fama de amador que levou, porque de fato era Lovecraft que
vivia aquelas aventuras e não seus personagens.
Não existem diálogos e Lovecraft faz uma narrativa um tanto
poética, fica visível a influencia de Allan Poe em suas narrativas. Ele poderia
ter amenizado isso colocando diálogos, notas no rodapé e sendo mais breve e
conciso. Fica claro do porquê Lovecraft foi rejeitado pelo grande público: ele
usava uma narrativa poética e um pouco culta demais para os padrões do grande
público.
A imaginação
universal
Se Lovecraft tem uma narrativa densa que talvez seja mais
acessível aos poetas e apreciadores dos romances clássicos, a fantasia de seus
livros conseguem ser acessíveis à todos. Quem não gosta de uma boa história de ficção
cientifica?
O recomendável seria que todo o adolescente lesse Lovecraft antes de assistir esses filmecos como A Coisa e Alien, que são cópias mal-feitas e baratas do trabalho de Lovecraft. Infelizmente no Brasil o gosto pela leitura e sobretudo pelo conhecimento é visto como uma ameaça pelo governo tirânico que temos, muito associado ao socialismo.
Um conto de aventura
e não de terror
Não há terror ou horror na história de Lovecraft, ele
realmente tenta colocar um horror; mas no fim acaba sendo um conto de ficção
cientifica e nada além disso. Nota-se que o autor se inspirou em A Viagem ao
Centro da Terra de Verne, em A Guerra dos Mundos e em A Ilha do Dr Moreau,
ambos de HG Wells; mas inspiração não é plágio!
A ideia de aliens viverem no subterrâneo da Terra é antiga,
assim como a teoria da terra oca. A mitologia indiana, por exemplo, fala dos nagas, uma espécie estranha
de seres que da cintura pra baixo tem corpo de cobra e da cintura pra cima são humanoides
e que vivem no subterrâneo da Terra.
ATENÇÃO: esse é um breve e
mal-feito trecho resumido feito para fazer com que você se sinta entusiasmado
para ler o conto original para tirar suas próprias conclusões. A história não
está completa! Se quiser saber todos os detalhes, incluindo inicio e o final da história:
RECOMENDO LER O CONTO!
Atlântida de alienígenas
feiosos e seu declínio
O melhor no conto é quando eles interpretam pinturas e
relevos nas paredes das cavernas que contam de uma raça alienígena (chamada de
Antigos) que veio dos confins do espaço-tempo e por aqui viveu antes mesmo dos
dinossauros surgirem e com o tempo uma segunda espécie alien veio das estrelas
e entrou em guerra com os Antigos, essa segunda espécie é a de Cthulhu, e
baniu-os para os confins da Terra.
Surgiu logo depois uma terceira espécie alien, esta vinda de
Plutão, e que se assemelhava ao abominável homem-das-neves. No fim os aliens
Antigos conseguiram sobreviver incrivelmente e em guerra com essas duas outras
espécies. Contudo o que levou ao seu declínio foi a criação de uma espécie de
escravos que viria no final causar sua extinção.
Vimos essa mesma revolução social em A Ilha do Dr Moreau e
muitas décadas depois do conto de Lovecraft em O Planeta dos Macacos do autor francês
Pierre Boulle, possivelmente baseado na Revolução Francesa.
O notável é que Lovecraft coloca seus alienígenas como
verdadeiros alienígenas mesmo, nenhum pouco bonitos ou elegantes. Ao mesmo
passo que os Antigos são inteligentes e altamente telepatas, são feiosos e
quase assexuados.
Um conto recomendável
e necessário
O único problema do conto, como já disse, é sua narrativa. O
resto é sensacional. Lovecraft lança ao mesmo tempo um questionamento sobre o
uso indevido da tecnologia e a visão de que o homem não sabe de nada! Somos como ratos num planeta que mal conhecemos e a
ciência é a nova religião, cheia de tabus e devaneios.
Desenho de um Antigo, um dos aliens que aparecem no conto. Diferente do
alien de O Chamado de Cthulhu, esse é de uma espécie diferente e um tanto
superior.