Foto da cantora Enya com seu ar pueril, leve e calmo. Uma fada ou um anjo? Talvez ambos, mas totalmente o oposto dos cantores gospel.
Solteira, sem filhos, irlandesa e católica. Já há
muito a igreja católica deixou de fazer a lavagem cerebral nas pessoas e
parecem que a vez agora é dos protestantes no mundo ocidental.
Quem diria que uma cantora que se diz católica não
envolveria religião com música?
A
rainha do newage
Enya surgiu num pequeno grupo musical irlandês em
1980 chamado Clannad, mas deixou o grupo para seguir carreira solo sob a
influência de Roma
e Nicky Ryan, excelentes poetas e compositores irlandeses que viram em Enya uma
porta para suas composições.
Começou cantando irlandês muito timidamente e vendendo
poucos álbuns e acabou cantando em inglês, elegante, segura e superando em
popularidade e em fortuna diversas cantoras do mesmo tipo e até Madonna
(a rainha do pop mundial). Enquanto os ingleses e norte-americanos viam em
Madonna a puta do pop, em Enya viam a figura da mulher, da mãe e da anciã em
Enya (Enya sempre preservou sua vida pessoal e descrição acima de tudo).
Ganhou inúmeros prêmios, foi convidada para cantar My Heart Will Go On em Titanic, mas rejeitou por motivos profissionais
e culturais, já que o Titanic partiu da Irlanda e a letra da música não fazia o
estilo de Enya, sem contar que estava envolvida na criação e produção de seu álbum.
My
Heart Will Go On então foi cantada por Celine Dion.
A
neutralidade de suas músicas
As músicas de Enya em boa parte são instrumentais,
de ar pueril e angelical. Alguns dizem que Enya é chata e dá sono! kkkkk sem
dúvida, as músicas dela devem ser ouvidas num momento de calmaria e em que se
busca tranquilidade.
Mas as músicas que envolvem letras tem ar de
auto-ajuda, superação, meditação e busca por conhecimento. Nas músicas cantadas
por Enya tu não vai ouvir um “deus seja louvado” ou “salve deus sob as alturas”
ou “você não é nada sem deus”!
Outra: nas letras de suas músicas você não vai ouvir
um “eu te amo, volta pra mim” ou “não sou nada sem você” ou pior “ai se eu te
pego”. As músicas dela buscam a reflexão e não o apelo às coisas. Então ela é
budista? Por incrível que pareça ela é católica, mas segue uma filosofia da
meditação e do conhecimento espiritual, algo presente na cultura celta.
O
espirito da Irlanda
De Éire (nome verdadeiro da Irlanda) à Enya, a
cantora prefere manter a imagem da tríade irlandesa (mulher, mãe e anciã). Também
tenta mostrar em muitas de suas músicas uma homenagem às figuras ilustres da
mitologia irlandesa como Cu Chulain. Ela também representa o espirito da Irlanda que na cultura celta
era representado por uma mulher livre e ligada a natureza e a meditação (a
fada).
A
noção do ridículo e o respeito a cultura ancestral
Até hoje não se viu estampado em revistas a cantora
envolvida nisso e naquilo. Ou se exibindo e gritando por aí. Enya nem sequer
faz shows ao vivo e isso sempre ficou claro, o motivo é que parece
desconhecido, mas a principal queixa da cantora é que shows ao vivo são
problemáticos, as pessoas ficam de pé, o som não ajuda, há bagunça, há
conversa...
Enya é uma figura que vive na tranquilidade, chegou
a comprar um castelo com muros para ter privacidade e tranquilidade. Outro motivo
para suas letras serem neutras sem envolver deus é o respeito à cultura celta
que não é monoteísta, mas sim politeísta! Roma e Nicky Ryan
são os principais responsáveis pelas letras e por toda a produção, tanto é que
Enya diz que:
“Enya não é uma única
pessoa, mas sim uma banda, um grupo, composto por Enya, Roma e Nicky Ryan”!
Vemos em Enya o respeito à natureza, as outras
culturas e a auto-ajuda que infelizmente os cantores católicos e protestantes
pelo Brasil e pelo mundo parecem não ter conhecimento. Sem escândalos, sem
apelos e somente em busca da meditação (auto-conhecimento).